A enxaqueca trata-se de uma disfunção cerebral que afeta cerca de 20% das mulheres em escala global, sendo três vezes menos frequente em homens.
O cérebro de um paciente que sofre de enxaqueca é hiperexcitável, ou seja, excita-se com muita facilidade diante de estímulos, sejam estes externos (luzes, ruídos ou cheiros) ou internos (estresse psicológico excessivo, falta de sono, etc).
A enxaqueca pode agravar potencialmente os riscos do paciente de adquirir problemas de saúde em relação a outras pessoas. Diversas condições clínicas são mais comuns entre indivíduos que sofrem de enxaqueca, e estas incluem; aura, dor de cabeça, dor muscular e sintomas gastrointestinais – como refluxo, dispepsia, constipação, diarreia e náuseas.
A relação entre AVC (Acidente Vascular Cerebral) e enxaqueca tem sido estudada por décadas, e a discussão dos especialistas em relação ao tema perdura até os dias atuais.
Tabela de Conteúdos
Diversos estudos evidenciam que o AVC e a enxaqueca relacionam-se de diferentes formas:
A enxaqueca configura um dos fatores de risco para o AVC, uma vez que a condição é mais comum entre os indivíduos que sofrem com a disfunção cerebral. Quanto mais frequentes forem as crises, maior é o risco.
No caso de pessoas que sofrem de enxaqueca com aura, o risco é ainda maior; isso não significa que a enxaqueca sem aura não seja um fator de risco. Em junção a outros fatores de risco do derrame cerebral, tais como o tabagismo e o uso de pílulas anticoncepcionais, o risco pode ser até dez vezes maior.
O AVC decorrente da enxaqueca é conhecido também por infarto enxaquecoso, e caracteriza-se por uma irreversibilidade da aura (geralmente com duração de 15 a 60 minutos). Os exames diagnósticos demonstram que a região do cérebro acometida pelo infarto corresponde ao déficit permanente.
O uso de anti-inflamatórios e quadros de hipertensão arterial do paciente enxaquecoso também pode influenciar a ocorrência de um AVC.
As causas do aumento de eventos vasculares em indivíduos que sofrem de enxaqueca ainda não são totalmente compreendidas, mas algumas hipóteses tentam explicar a relação entre AVC e enxaqueca. São elas: aterosclerose; sangue com maior tendência à coagulação; alterações cardíacas associadas e redução do calibre dos vasos durante a crise.
Sabendo que a enxaqueca agrava potencialmente os riscos de AVC, o tratamento adequado da disfunção cerebral exerce também uma função preventiva contra o infarto enxaquecoso.
O tratamento medicamentoso não é suficiente por si só no tratamento da enxaqueca. A adoção de hábitos saudáveis e mudanças no estilo de vida são necessárias para uma melhora do quadro do paciente e um consequente aumento de sua qualidade de vida. Acompanhamento psicológico e terapias físicas também têm muito a contribuir neste processo.
Mulheres que sofrem de enxaqueca devem evitar o tabagismo e o uso de pílula anticoncepcional com estrogênio, fatores que agravam significativamente o risco de AVC. Para afirmar assertivamente que o diagnóstico do derrame cerebral deve-se à enxaqueca, é preciso eliminar todas as demais causas.
Caso você enfrente crises de enxaqueca frequentes e apresente algum dos fatores de risco citados, não hesite em buscar ajuda médica. Dê início imediato ao tratamento da enxaqueca e informe-se em relação aos métodos preventivos do infarto enxaquecoso. Previna-se contra o AVC!